quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pessoal 

Estou postando um novo texto, dos autores Araci Hack Catapan e Francisco Antonio Pereira Fialho, o texto é um pouquinho grande mais vale a pena ler!

Espero que vocês gostem.
Ju Alencar.



Pedagogia e Técnologia: A Comunicação Digital no Processo Pedagógico 




1. INTRODUÇÃO

A celeridade das transformações técnico-científicas provoca alterações radicais no panorama econômico, social e cultural, impondo uma revisão profunda nos processos emergentes de produção da existência. As novas tecnologias e as novas formas de organização do trabalho estão acompanhadas de uma reestruturação sem precedentes nos processos de produção e consumo e, consequentemente, nos processos de formação do homem.

No atual contexto as contradições da produção histórica dos sujeitos vão se pondo cada vez mais evidentes, mais explícitas. Um aspecto qualitativamente modificador é a objetivação e a provisoriedade nos processos de conhecimento, determinadas pela dinâmica e pela flexibilidade da TACD - Tecnologia Avançada de Comunicação Digital , exigindo de cada um e do coletivo um alto investimento intelectual. Instala-se um processo de transformação existencial sem precedente, marcado pelo imprevisível, pelo indeterminável, e nele o homem se insere construindo sua sobrevivência, sua identidade, diferenciando-se dos outros seres vivos pela possibilidade de reflexão e de crítica ou de autoconsciência. A realidade comunicacional desnuda cada vez mais o homem de sua "humanidade moderna", ou seja, da centralidade da razão passa pela possibilidade cada vez mais atual objetivada fora de si nas "tecnologias da inteligência".

No entanto, esta visão de EAD não é generalizada. Os estudos nos mostram que existe uma tendência de se buscar propostas que privilegiem a interação entre os participantes e o desenvolvimento do trabalho colaborativo. Nessa perspectiva, Valente (2000b) vem apresentando uma abordagem de formação de professores que enfatiza o estar junto virtual. Isso significa que o papel do formador é de acompanhar e assessorar o aluno, criando situações de aprendizagem que lhe possa ser significativa. Além da interação com o formador, a dinâmica do curso deve promover a interação entre os alunos. É na troca de idéias e de experiências que surgem novas referências, questionamentos, dúvidas e buscas de novas compreensões. Cabe aqui ressaltar que o processo de construção de uma rede de aprendizagem, não é natural e nem acontece simplesmente disponibilizando informações para os alunos via Internet. Existem vários elementos inter-relacionados constituintes do universo [1] de um curso a distância, que podem facilitar esta construção, mas um dos aspectos que tem exigido uma revisão no papel do professor online tem sido a mediação pedagógica.

O mundo da comunicação digitalizada formaliza-se com maior agilidade pois se sustenta na codificação da informação e na comunicação da mensagem por diferentes formas de linguagem. A educação, por sua vez, não prescinde da informação e do processo de comunicação, mas se diferencia desses pelo objetivo de potencializar a construção conceitual a partir da interpretação da informação e da reelaboração da mensagem, isto é, pelo compromisso com a construção de novos conhecimentos.

Entender a Tecnologia Avançada de Comunicação Digital informatizada como mediação básica no processo de trabalho pedagógico implica o movimento dialético de apreender as razões que, em alguns casos unem, globalizam e, em outros, colocam em oposicão, fragmentam os sistemas de representação conceitual.

A mediatização dos processos culturais requer um sujeito com maior competência crítica, habilidade e rapidez não só no acesso às informações mas na sua seleção, e sobretudo na reelaboração dos conhecimentos. É cada vez maior a necessidade de atenção, criticidade e ação mental rápida para evitar o equívoco, tão comum hoje, de se "colar" informação e conhecimento. É preciso perceber a diferença fundamental entre esses dois processos que se implicam profundamente, mas não são a mesma coisa. São metades, desiguais, ímpares (Deleuze, 1988). Informação é o fato intencionalmente selecionado, codificado e submetido a um processo de refinamento, informatizado ou não, para a veiculação das idéias, imagens, sons, cores, mensagens. É um saber objetivado.

O conhecimento diferencia-se da informação enquanto se entende conhecimento como um processo dinâmico de interpretação, de reelaboração das informações a que são conferidos sentido e significados operados pelos sujeitos no processo da comunicação.

Nesse sentido, o processo de trabalho pedagógico que se constitui na interdeterminação entre cultura e educação mediada pela comunicação precisa transformar-se radicalmente para que não fique cada vez mais distanciado do novo modo de ser dos sujeitos. Portanto, o desafio está em descobrir, no espaço privilegiado do processo pedagógico, as possibilidades de interação que ocorrem na relação professor, aluno e conhecimento, mediadas pela Tecnologia Avançada de Comunicação Digital.

Este novo ambiente de trabalho pedagógico precisa ser construído na participação, pelos sujeitos, do processo de trabalho pedagógico e na abertura das instituições às novas experiências no que diz respeito às organização dos processos de aprendizagem fundados em novas bases pedagógicas que exploram o potencial da TACD.

A pedagogia move-se essencialmente pelo processo de comunicação. As formas como se comunicam determinadas informações definem o caráter e o nível da abstração dos processos na construção do conhecimento.

Propor a exploração da TACD, particularmente como mediação no processo pedagógico, implica entendê-la não apenas numa relação bilateral, aluno/computador, mas sim no sentido de uma relação multidimensional, em que os sujeitos geram, nos processos de interação mediados pela Tecnologia Avançada de Comunicação Digital, um outro lugar, uma rede de representações que ao se constituir subverte os padrões de aprendizagem preestabelecidos nos modelos tradicionais.


2. Tecnologia Avançada de Comunicação Digital e o Trabalho Pedagógico

As novas formas de comunicação geradas pela TACD ‚ Tecnologia Avançada de Comunicação Digital, nas modalidades de WWW, videoconferência e software não só rompem com os modelos anteriores de informação como colocam um novo modo do saber um novo processo de construção do conhecimento, seja na forma científica mais avançada, seja no senso comum.

O trabalho pedagógico tem como objeto material de suas relações o processo de conhecimento, e a qualidade de sua prática é uma propriedade que se constitui através da sua organização pedagógica. A organização pedagógica se constitui e se define a partir de concepções filosóficas, científicas, metodológicas. É uma ciência que trata de um processo formal de produção da existência do homem e de suas relações com o mundo. Essas relações se estabelecem com base em fatores macroestruturais - ciência, cultura, economia - e em fatores microestruturais epistemologia, pedagogia e tecnologia. Por isso se faz necessário construir uma base conceitual comum, uma determinada concepção pedagógica, para se analisarem fatos e fenômenos que implicam diretamente na construção da existência dos sujeitos quando envolvidos em processos intencionais, sistematizados, como os do trabalho pedagógico. O processo pedagógico define-se nessas bases conceituais e operacionaliza-se em uma determinada organização e se estabelece nas responsabilidades individuais; nas responsabilidades e prioridades coletivas; nas responsabilidades dos governos e, de forma específica, nas responsabilidades das agências formadoras - as instituições educacionais. Essas, materializadas nas ações objetivas dos sujeitos do processo, organizados em sistemas de caráter científico, coletivo/cooperativo.

A TACD pode alterar grandemente o processo de aprendizagem se for explorada a partir de pressupostos pedagógicos que se definem por um novo modo do saber e um novo modo do apreender.

Uma abordagem mais recente é a EIAC Ensino Interativo Assistido por Computador baseada na Ciência da Cognição, bastante explorada pelos sistemas de interatividade que utilizam recursos de multimedia e hipermedia. Atualmente esses programas têm sido enriquecidos com recursos como hipertextos, imagens em vídeo, som e animação, superando a linguagem linear pelos recursos de hipermedia. Nessa abordagem um avanço pedagogicamente interessante, que se tem observado ultimamente, é a exploração dos sistemas de simulação apoiados nos princípios de interação e imersão como ferramenta básica em processo de trabalho pedagógico. A utilização desses modelos, porém, são ainda bastante restritas como instrumental de ensino em virtude do alto investimento que demandam e por não se encontrar em escala comercial.

Com a TACD emerge um novo modo do saber, que, consequentemente requer um novo modo do aprender. Encontram-se algumas instituições e cursos investindo nessa direção: alguns utilizando-se dos recursos que o mercado oferece, outros produzindo seus próprios recursos para manter uma unidade na organização pedagógica.

Todavia, observa-se que o uso de tecnologias avançadas no processo de trabalho pedagógico, por si mesmo, não altera em essência a qualidade deste no que diz respeito à aprendizagem. É preciso associar propostas pedagógicas inovadoras à exploração de tecnologias avançadas, e esse é o desafio maior. Sem mudar o princípio pedagógico, o computador pode continuar sendo uma máquina de ensinar um determinado assunto, detendo o controle do processo, como ocorre no processo escolarizado não informatizado, ou seja, reproduzindo analogicamente o método da transmissão, da reprodução e da avaliação da pedagogia tradicional, talvez diferenciado por características mais agradáveis e ricas em ilustrações e atividades, porém reduzido ao mesmo princípio epistemológico do empirismo ou em alguns casos ao apriorismo. O mesmo acontece quando se explora videoconferência ou a Web sem fundamentar-se em uma nova visão pedagógica.

Raramente, as propostas de trabalho pedagógico que exploram as novas tecnologias superam o modelo tradicional do ensino. Coloca-se em sistema avançado de comunicação a forma tradicional do professor ministrar aulas expositivas. A diferença se limita ao veículo de mediação. Por exemplo nas videoconferências, os alunos não assistem aulas presencialmente mas estão em diferentes lugares e assistem através da televisão. O mesmo ocorre com a maioria das propostas para WWW: disponibiliza-se em rede a apostila ou os roteiros e exercícios para o aluno desenvolver e posteriormente aplicam-se as mesmas questões de avaliação do sistema tradicional. Ou seja, coloca-se na rede o processo de educação a distância que antes era disponibilizado na forma impressa. Os alunos fazem suas leituras e exercício na Internet, e quando estabelecem uma interlocução (e-mail, fóruns etc) na maioria das vezes não é para aprofundar o assunto e sim para suprir as necessidades básicas de interação humana como trocar informações e reconhecer-se.

Nesse modelo a tecnologia pode ser a mais avançada mas concepção pedagógica e a metodologia de ensino continua no modelo tradicional da transmissão de conhecimentos e pode tornar o processo ainda menos producente, no sentido da aprendizagem, do que a aula expositiva presencial, reforçando uma cultura escolar de passividade e reprodução.

Na versão de exploração de aulas em software o que acontece na maioria não é muito diferente, principalmente quando se utilizam as modalidades mais divulgadas como Tutoriais, Programas de exercício e prática e a maioria dos jogos.

Entretanto, pela natureza das transformações nas relações provocadas pela TACD, acredita-se que é possível explorar essa tecnologia para desenvolver um trabalho pedagógico inovador e substancial capaz de responder aos princípios da pedagogia interacional enquanto se pode estabelecer uma comunicação dinâmica, ou seja, em diferentes formas de linguagem, para trabalhar com inúmeras informações, estabelecendo um processo de construção inédita de conhecimentos. Porém este processo não se efetiva apenas pelo uso da tecnologia mas pelo desenvolvimento de uma proposta pedagógica inovadora mediada pela Tecnologia Avançada de Comunicação Digital.

Acredita-se que o computador associado às tecnologias de comunicação pode ser um recurso educacional muito mais efetivo se utilizado como mediação de aprendizagem num processo interacional. Alguns autores têm pesquisado e feito propostas nesta direção, como VALENTE 1993; FAGUNDES 1999; DILLENBOURG 1993 e 1998; SANCHO 1998, WILLIAM, 1997, DEDE 1998. Nessa perspectiva o computador não é encarado como um instrumento que ensina o apreendente, e sim uma ferramenta que o apreendente utiliza para executar um plano de estudos, explorando todos os recursos que o instrumento pode lhe proporcionar: banco de dados, banco de textos; processo de resolução de problemas; simulações de fatos e fenômenos; "experimentação" em realidade virtual. De maneira geral a potencialidade dos recursos da TACD pode ser explorada para se efetivar uma aprendizagem baseada na demonstracão e resolucão de conflitos e de construções conceituais de forma compartilhada numa dinâmica de espaço e tempo inigualável. Portanto, um olhar nessa perspectiva pode vir a ser uma terceira aposta, que tem ainda muitos aspectos a serem investigados, propostos e testados.

Trata-se, portanto, de verificar a inter-relação entre tecnologia e pedagogia, e na dinâmica de suas interdeterminações explorar recursos que facilitem a interação promovendo um processo dinâmico e cooperativo de aprendizagem.

Em síntese, o propósito desse projeto de pesquisa sustenta-se nas seguintes considerações:
a) Os desafios colocados pela evolução da ciência, da arte, da filosofia e, de forma singular, na TACD exigem uma flexibilidade e complexidade cada vez maiores nos processos de formação do homem de maneira geral e de sua profissionalização em particular.

b) As práticas pedagógicas, de modo geral, não respondem a esses novos desafios enquanto processo organizado para formação de sujeitos, em relação não só à celeridade das mudanças como à ampliação cada vez maior da base de formação necessária a todos os indivíduos para sua inserção como sujeitos na mediação em TACD no modo de produção da existência. a) As possibilidades materiais postas na TACD podem ser exploradas para enriquecer a ação pedagógica, tornando-a congruente e relevante em relação ao desafios contemporâneos.

b) A emergência de novas bases materiais exige uma ação pedagógica inovadora, para garantir a superação dos processos já instalados de transmissão de conteúdo modularizados, por um processo de desenvolvimento de conceitos, operando com múltiplas informações, qualitativamente diferenciadas, não só em relação aos seus conteúdos mas também em relação à sua forma, modo e processo.

c) Os estudos e as experiências desenvolvidos (por nós) no processo de trabalho pedagógico e, particularmente, as intercessões teórico-metodológicas realizadas, tanto no sentido de constantes investigações como na prática de "professorar" nos mais diversos níveis e cursos desde a alfabetização à pós-graduação, constituem um lastro significativo para levar-se adiante esse projeto.

3. Conclusão
O processo de transformação cultural, célere e profundo, vivenciado em função da TACD implica diretamente no quotidiano do fazer profissional de todas as pessoas e singularmente do professor. Este está sendo desafiado, ostensivamente, pela radicalidade das inferências que faz nos processos de interações que estabelece, quotidianamente, enquanto sujeito na relação pedagógica.

Acredita-se que é urgente e necessário reconhecer e assumir o compromisso individual/social (para superar o prejuízo da longa omissão) de imergir e emergir nessa rede que, por um lado, rompe e supera princípios, critérios e valores, e por outro lado vincula novas relações, imprevisíveis, provisórias, voláteis, inéditas, em todos os níveis e dimensões sócio-culturais da existência.

Em razão de sua potencialidade e implicância em todas as instâncias do quotidiano das pessoas, e em especial nos processos de formação do homem, entende-se que a Tecnologia Avançada de Comunicação Digital - TACD ‚ é a problemática central para se analisar a complexidade do novo modo do saber e do novo modo do aprender, dentro das condições de possibilidades de uma interferência pedagógica congruente ao contexto da cibercultura. O desafio se constitui em compreender as implicações diretas da tecnologia nos processos de trabalho pedagógico analisando-as no próprio contexto em que elas ocorrem e pelo qual estão sendo engendradas; sem no entanto deixar de ampliar o diálogo com os processos de transformação mais amplos, como os da filosofia, da ciência, da arte, da cultura, da edução e da tecnologia no sentido geral.
O objetivo dessa pesquisa na qual se apoia esta discussão é construir uma taxionomia de indicadores pedagógicos (princípios e critérios) para mediação em TACD - Tecnologia Avançada de Comunicação Digital, analisando uma determinada ambiência de ensino mediada por programa de simulação.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

História da EAD.

Oi Pessoal

Já to de volta...Seguindo o que foi solicitado pela professora, vamos agora falar sobre a história da EAD, resolvi colocar um vídeo que resume bem todo o histórico da EAD, inclusive no Brasil. O vídeo é pequeno e achei que seria uma forma diferente de aprendizagem, espero que vocês gostem!
Como o meu blog ainda não hospeda vídeos na própria página, coloquei o link para vocês acessarem, não deixem de ver...é rapidinho!

Até mais.



Agradecimentos: Suelen, Lívia e Caroline, que criaram o vídeo e dsponibilizaram para todos.

http://www.youtube.com/watch?v=kTxhZQ9kKzE 

O que é EAD?

Oi 
Pessoal

Selecionei este texto do autor José Manuel Moran,professor da Usp, especialista em projetos inovadores em educação presencial e à distância. O texto fala sobre o que é EAD é suas principais caractéristicas.
Espero que vocês gostem!
E para quem se interessar está ai o link para o site do professor José Manuel Moran, onde vocês podem ler ótimos textos sobre educação.

http://www.vivenciapedagogica.com.br/jose_manuel_moran.html



Boa Leitura e até a próxima!
Ju Alencar.



O que é educação a distância 

Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente.
  
É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.
  
Na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra "educação" que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada.
  
Hoje temos a educação presencial, semi-presencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.
  
Outro conceito importante é o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações.
  
A educação a distância pode ser feita nos mesmos níveis que o ensino regular. No ensino fundamental, médio, superior e na pós-graduação. É mais adequado para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no ensino de pós-graduação e também no de graduação.
  
Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o fazem no ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil.
  
As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo.
  
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade) o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor... Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância.
  
O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento.
  
As crianças, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento e socialização, não podem prescindir do contato físico, da interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual, provavelmente, superará o presencial. Haverá, então, uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores. Menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A casa e o escritório serão, também, lugares importantes de aprendizagem.
  
Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá da área de conhecimento, das necessidades concretas do currículo ou para aproveitar melhor especialistas de outras instituições, que seria difícil contratar.
  
Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Apesar disso, já é perceptível que começamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais na educação a distância. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. Da comunicação off-line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e on-line (em tempo real).
  
Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias.
  
A Internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte da Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente às informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na Internet ou outros bancos de dados.
  
As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância. Muitos cursos poderão ser realizados a distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas.
  
Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line (ao vivo) e aulas presenciais com interação a distância.
  
Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora de ensino on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal; interação grupal; diferentes formas de avaliação, que poderá também ser mais personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica.
  
O processo de mudança na educação a distância não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.

 


 

Primeiros Passos!

Olá Pessoal

Bem Vindos, este é meu primeiro post! Pretendo neste blog, trocar conhecimentos sobre educação à distância, auxiliando na construção de uma nova visão dessa modalidade de educação.
Espero a contribuição de todos.

Até mais.
Ju Alencar.